O presidente Luiz Inácio Lula da Silva dispensou nesta quarta-feira mais 13 membros das Forças Armadas que atuavam no Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Ontem, foram exonerados 40 militares responsáveis por zelar pelos palácios presidenciais. Essas dispensas são fruto da desconfiança do mandatário após a invasão à sede do Poder Executivo.
Cinco dos 13 militares dispensados ocupavam funções no Escritório de Representação no Rio de Janeiro; sete deles atuavam dentro da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial; e o último na Divisão Administrativa do GSI.
Nesta terça-feira, Lula dispensou outros 56 militares que atuavam em diferentes áreas do GSI, entre eles 40 que trabalhavam na Coordenação de Administração do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República. Lula e a primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, planejam se mudar para o local depois da viagem para a Argentina, no dia 25 de janeiro.
Na última semana, ao falar sobre os atos terroristas de 8 de janeiro, Lula acusou “gente das Forças Armadas” de ter sido conivente com a invasão do Palácio do Planalto e afirmou estar convencido de que as portas da sede do Executivo foram abertas para os golpistas. Ele disse ainda que não pode ficar “nenhum suspeito de ser bolsonarista raiz” no Palácio.
— Eu ainda não conversei com as pessoas a respeito disso. Eu estou esperando a poeira baixar. Quero ver todas as fitas gravadas dentro da Suprema Corte, dentro do palácio. Teve muita gente conivente. Teve muita gente da PM conivente. Muita gente das Forças Armadas aqui dentro conivente. Eu estou convencido que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para essa gente entrar porque não tem porta quebrada. Ou seja, alguém facilitou a entrada deles aqui — disse Lula, durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, na quinta-feira.