As 170 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que ocuparam fazenda em Macajuba, município da Chapada Diamantina, desocuparam o local nesta terça-feira (14) após diálogo com os donos da propriedade. Houve conflito na segunda (13) com fazendeiros e moradores.
O grupo, que estava na terra desde a madrugada de domingo (12), se deslocou para o Acampamento Antônio Queiroz, que fica em Ruy Barbosa, município a cerca de 30 km de Macajuba.
O MST informou que ocupou a terra porque a propriedade estaria abandonada e improdutiva, devido a um processo judicial dos 11 herdeiros da fazenda. A família explicou que a terra faz parte de inventário que está parado há alguns anos por causa de divergências judiciais.
Desocupação em Jacobina
No início deste mês, após um confronto com proprietários de terras e pessoas da comunidade, os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desocuparam a Fazenda Limoeiro, na zona rural de Itaitu, em Jacobina, no norte da Bahia. A Polícia Militar (PM) foi acionada e disparou tiros de bala de borracha para conter a confusão.
Durante a ação, as barracas dos integrantes foram destruídas. A ocupação começou no dia 27 de fevereiro, com a justificativa de que os 1,7 mil hectares da propriedade estariam improdutivos.
Invasões na Bahia
Também no final de fevereiro, integrantes do MST invadiram áreas de uma empresa de celulose e papel em Caravelas, Teixeira de Freitas e Mucuri, cidades do extremo sul da Bahia, na madrugada do dia 27 de fevereiro.
As áreas fazem parte da empresa Suzano Papel e Celulose, que informou, por meio de nota, que não vê legalidade na invasão e tomará as medidas cabíveis. A Suzano assegurou que gera na região aproximadamente sete mil empregos diretos, mais de 20 mil postos de trabalho indiretos e beneficia cerca de 37 mil pessoas pelo efeito renda.
No início deste mês de março, após a Justiça determinar reintegração de posse, as três áreas foram desocupadas. De acordo com a assessoria do MST, a desocupação de todas as áreas foi feita de forma pacífica e acompanhada pela assistência social, policiais militares e seguranças da empresa Suzano.